Ipú
Inicialmente o povoado nasceu dentro das terras dadas em sesmarias pelo estado português a alguns colonos radicados em Pernambuco. Ligada às terras da Matriz de São Gonçalo da Serra dos Côcos (hoje em Ipueiras) e à sede da primeira Vila (Guaraciaba do Norte), a povoação fora construída em cima de um velho cemitério indígena. A sua praça central (chamada por seus habitantes de “Praça da Igrejinha”) está localizada neste “útero inicial” em que aquela sociedade veio a nascer ainda no século XVII. A região entrou em disputa entre padres Jesuítas e colonos; até que, após a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, as terras e os indígenas que nela habitavam ficaram entregues aos “cuidados” dos colonos brancos. Reduzidos a escravos (ou semiescravos), estes mesmos indígenas foram incorporados àquela sociedade colonial na condição precária de “cabras” agregados às terras que um dia lhe pertenceram.
Apenas em 1840/41 a Vila Nova do Ipu Grande fora transformada em sede da Vila. Em 1885 é elevada à condição de cidade; em 1894, com a instalação da Estrada de Ferro de Sobral, a cidade passou a crescer e urbanizar-se lentamente. A economia comerciária, promovida pela ferrovia, possibilitou à classe comerciária local adquirir capitais gerados do trabalho e do comércio algodoeiro. A cidade crescia e com isso aumentavam os problemas. As elites conheceram um crescimento significativo, para depois mergulharem numa estagnação econômica acarretada pela desativação da ferrovia e do comércio a ela ligado. Nos anos 40 do século XX, a cidade mergulha num processo de decadência até culminar com o completo desmonte da ferrovia nos anos 50, 60 e 70 do século passado. Em 1987 o então distrito Pires Ferreira, se emancipa de Ipu, transformando-se em um novo município.
Nos últimos anos a cidade de Ipu tem alcançado grande desenvolvimento na saúde, na educação e na assistência social, como a conquista do selo UNICEF 2017/2020. Sendo referencia para cidades circunvizinhas, a cidade vem ganhando destaque não apenas dentro da serra da Ibiapaba, da qual faz parte, como também em toda a região. E vem galgando crescimento, mesmo diante da pandemia do novo coronavírus que assola o mundo inteiro.